sexta-feira, setembro 03, 2004
Freud. Ou não fosse eu, eu.
"...sinceramente só me apetece é abraçar-te e beijar-te até não poder mais..."
São só palavras. Sinceramente apetece-me comer as palavras. Apetece-me engoli-las e torná-las minhas, tão minhas como as minhas dores.
Apetece-me a ti, tornar-me meu, presente nesta confusão de vida, neste baralho espalhado de coisas pequenas em mim. Confesso que ultimamente tenho tido medo. Medo de tudo
De mim, desta minha psico somaticidade que me trás pelos pés, a arrastar-me em lamas passadas que deveriam estar secas há muito.
De ti, desta tua rua que se tornou avenida e me faz vislumbrar cidades. Desconhecidas, inexistentes, dirão certamente que sou louca. Mas isso não estava em discussão pois não...?
Dos outros. Tenho medo dos outros, do mal que isto me faz. Tenho medo do mal que me farão quando escrevo linhas incertas. Finjo que não as conheço, que não as vou por em sítio nenhum. Finjo que escrevo só para mim. E depois não dou explicações.Não tenho que dar, ao diabo convosco. Ou comigo. Mas, ou vocês ou eu, alguém tem que ir para o Diabo. Ele está lá sozinho, em parceria com Deus. Heresias que me saem dedos fora, sem travões.
Da dor. Temo a dor como nada nesta vida. Temo os momentos de desespero físico, de cansaço, de depressão. Temo sentir o coração a secar, o estomago a arder, as faces a estalar. Sentir o amanhã aqui seria bom, ma não sentir o agora aqui já não seria mau.
Temo a inércia que de vez em quando se agiganta em mim. Braços enormes de inércia prendem-me, agarram-me. Solta-me tu, se fores capaz. Ou ensina-me a soltar-me.
Estou habituada a ver mais do que tu, se te interessa. Sim, lê-me, mas não conseguirás ler o mesmo que eu. Sim, ouve-me, mas nunca ouvirás o mesmo que eu. São as minhas letras e sons, que tu nem vislumbras. Chama-me doida, sim, diz que sou obssessivo compulsiva. Conta à humanidade que me viste a chorar, no chão. Segreda-lhes que sou uma alma perdida, que vagueio em busca de ombros. Diz-lhes tudo o que há de horrivel sobre mim. Faz-me esse favor. Pelo menos deixo de causar desilusões.
Hoje estou cansada de mim. Estou cansada de ver fenómenos psíquicos por mim sobejamente conhecidos, actuarem no meu corpo e mente, e eu aqui, impotente. Sinto-me uma formiga no carreiro da minha psicopatologia gigante.
Haja um Freud que me salve de mim.
São só palavras. Sinceramente apetece-me comer as palavras. Apetece-me engoli-las e torná-las minhas, tão minhas como as minhas dores.
Apetece-me a ti, tornar-me meu, presente nesta confusão de vida, neste baralho espalhado de coisas pequenas em mim. Confesso que ultimamente tenho tido medo. Medo de tudo
De mim, desta minha psico somaticidade que me trás pelos pés, a arrastar-me em lamas passadas que deveriam estar secas há muito.
De ti, desta tua rua que se tornou avenida e me faz vislumbrar cidades. Desconhecidas, inexistentes, dirão certamente que sou louca. Mas isso não estava em discussão pois não...?
Dos outros. Tenho medo dos outros, do mal que isto me faz. Tenho medo do mal que me farão quando escrevo linhas incertas. Finjo que não as conheço, que não as vou por em sítio nenhum. Finjo que escrevo só para mim. E depois não dou explicações.Não tenho que dar, ao diabo convosco. Ou comigo. Mas, ou vocês ou eu, alguém tem que ir para o Diabo. Ele está lá sozinho, em parceria com Deus. Heresias que me saem dedos fora, sem travões.
Da dor. Temo a dor como nada nesta vida. Temo os momentos de desespero físico, de cansaço, de depressão. Temo sentir o coração a secar, o estomago a arder, as faces a estalar. Sentir o amanhã aqui seria bom, ma não sentir o agora aqui já não seria mau.
Temo a inércia que de vez em quando se agiganta em mim. Braços enormes de inércia prendem-me, agarram-me. Solta-me tu, se fores capaz. Ou ensina-me a soltar-me.
Estou habituada a ver mais do que tu, se te interessa. Sim, lê-me, mas não conseguirás ler o mesmo que eu. Sim, ouve-me, mas nunca ouvirás o mesmo que eu. São as minhas letras e sons, que tu nem vislumbras. Chama-me doida, sim, diz que sou obssessivo compulsiva. Conta à humanidade que me viste a chorar, no chão. Segreda-lhes que sou uma alma perdida, que vagueio em busca de ombros. Diz-lhes tudo o que há de horrivel sobre mim. Faz-me esse favor. Pelo menos deixo de causar desilusões.
Hoje estou cansada de mim. Estou cansada de ver fenómenos psíquicos por mim sobejamente conhecidos, actuarem no meu corpo e mente, e eu aqui, impotente. Sinto-me uma formiga no carreiro da minha psicopatologia gigante.
Haja um Freud que me salve de mim.
